Otimismo na construção civil

Sondagem do Sinduscon-PR mostra que a maioria das empresas pretende contratar mão de obra e aumentar sua atividades; mercado deve se comportar cautelosamente, especialmente no primeiro semestre

Medidas tomadas pelo governo federal, a exemplo do aperto fiscal, têm colocado em alerta diversos setores da economia. A construção civil, por exemplo, deverá se valer do primeiro semestre para absorver o impacto das decisões, mas segue otimista. É o que mostra um estudo realizado pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon) do Paraná, realizado em dezembro, com 316 empresas filiadas.

De todas as empresas consultadas, apenas 11% disseram que pretendem reduzir seu quadro de funcionários, enquanto 53% manterão e outros 36% esperam fazer novas contratações – a previsão é de que sejam abertos 2,6 mil postos de trabalho, um aumento de 12% na geração de emprego.

Para o presidente do Sinduscon da Região Noroeste do Paraná, José Maria de Paula Soares, o mercado mantém uma postura otimista, mas com os ‘pés no chão’. “Imóveis se constituem como um bem. É algo que responde com certa estabilidade e segurança”, justifica.

Para ele, deverá haver crescimento este ano, mas não no processo evolutivo que o setor apresentou há alguns anos. E a valorização também deverá ser menor, mas acima dos índices inflacionários. “Observamos que algumas empresas vão contratar, enquanto em outras épocas todas contratariam. O fato é que algumas empresas vão colocar o pé no freio, mas no segundo semestre deve melhorar”, diz.

Outro dado do levantamento mostra que 51% das empresas consultadas esperam aumentar a atividade neste ano. Outros 42% acreditam que vão manter o ritmo de 2014, enquanto 7% devem diminuir. Soares explica que o mercado se comportará de forma mais cautelosa, com lançamentos mais bem planejados, embasados em estudos mais aprofundados, eliminando os riscos que oferecem os lançamentos experimentais. Por outro lado, o mercado está mais exigente, proporcionando ao consumidor negociar mais. Segundo ele, há demanda, com ofertas um pouco cadenciadas.

No início do ano, a Caixa Econômica Federal também anunciou o aumento de juros para os novos financiamentos da casa própria – imóveis com valor superior a R$ 750 mil. Soares acredita que essa medida, que já começou a valer, não deve atingir de forma tão significativa o setor, já que as linhas 1, 2, e 3, do programa Minha Casa Minha Vida não foram atingidas. “A demanda por casa social ainda é grande e essa medida mantém para o programa as mesmas alíquotas e indicadores de financiamento”.

Para Claudiomar Sandri, da Empreendimentos Imobiliários e Construtora Sandri, o ano será de vendas crescentes, porém gradativas, e de nivelamento de preços. “Com base neste começo de ano a perspectiva para 2015 é boa. Passou a euforia das eleições e Copa do Mundo, e o início do ano para o mercado imobiliário está sendo agitado. A população está confiante independente das medidas do governo e continua investindo. No ano passado tivemos um momento de estabilização e agora o mercado voltará a crescer com mais solidez e de forma homogênea, sem aqueles picos de valores altíssimos”, diz.

Na opinião do imobiliarista Téo Granado, da Pedro Granado Imóveis, existe ainda espaço para crescer. Ele explica que o movimento no setor de locação, que mostra a situação do mercado da construção civil como um todo, indica que há motivos para otimismo. “Em janeiro já se percebe a escassez de produtos específicos como por exemplo apartamento de dois ou três quartos no Centro da cidade e na Zona 7”. Na Pedro Granado, por exemplo, para atender os clientes foi preciso estender o horário de funcionamento no começo do ano.

Ele avalia que a instabilidade econômica fez com que o consumidor ficasse retraído por um tempo, mas que esse comportamento deverá mudar. “Pode até ser que tal receio freie a compra no primeiro semestre, o que não deverá se repetir no segundo”, diz. Granado ressalta que haveria grandes problemas se não houvesse demanda, o que não é o caso. “Nos últimos anos houve muita construção, mas longe de se alcançar o objetivo, já que o déficit habitacional existe. Tem bastante gente sem residência (própria) ainda”.

Como ficaram as taxas de juros da caixa

Sistema Financeiro de Habitação (SFH): Imóveis novos ou usados. Valor máximo de R$ 650 mil ou R$ 750 mil (regiões metropolitanos de RJ, MG, SP e DF). Permite uso de FGTS, não tem limite de renda familiar. Taxas: de 8,5% e máximo de 9,15% ao ano.

Minha Casa Minha Vida: Imóvel novo ou em construção, com valor de até R$ 90 mil. Para famílias com renda de R$ 465 até R$ 5 mil. Juros variam de 4,5% a 7,4% ao ano. Não sofreu alterações na taxa de juros, segundo a Caixa.

Sistema Financeiro Imobiliário (SFI): Valor máximo de R$ 650 mil ou R$ 750 mil (regiões metropolitanos de RJ, MG, SP e DF). Não existe limite de renda familiar. Juros variam de 9,20% a 11% ao ano.

Carta de crédito FGTS: Para imóveis novos, usados ou em construção. Valor de até R$ 90 mil para famílias com renda de R$ 465 a R$ 5 mil. Juros de 4,5% a 8,16% ao ano. Também não sofreu alterações na taxa de juros.

Fonte: O diário

Construção Civil aguarda ajustes para retomada do crescimento

Para sindicato do setor, nova equipe econômica precisa incentivar investimentos. PIB indica retração de 4,2%

Depois de um ano de indicadores negativos, a melhora no desempenho da construção civil em 2015 depende de uma série de ajustes para a retomada do crescimento do setor. O acumulado de janeiro a setembro do PIB setorial indica retração de 4,2%, com expectativa de o ano encerrar com queda próxima de 5%. Segundo representantes do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), a nova equipe econômica do governo Dilma Rousseff precisa transmitir confiança aos empresários para a retomada dos investimentos.

O presidente da entidade, Luiz Fernando Pires, afirma ser necessário pragmatismo nas medidas econômicas da equipe encabeçada pelo ministro Joaquim Levy, diferentemente do vaivém sob o comando de Guido Mantega. “É preciso objetividade na política econômica”, afirma. Mas, pelo menos no primeiro semestre, com perspectiva de novas elevações da taxa de juros e inflação próxima do teto, a tendência é de poucas mudanças sobre o cenário atual.

Apesar das baixas taxas de aumento de vendas neste ano – até outubro, o número de apartamentos negociados em Belo Horizonte cresceu 2,89% –, a falta de confiança do consumidor resulta em demanda reprimida. Prova disso, segundo o Sinduscon-MG, é que a faixa de valores mais afetada com a queda de venda é a de imóveis acima de R$ 500 mil. No comparativo entre janeiro e outubro de 2013 e 2014, as vendas caíram 45,48%.

O vice-presidente da Área Imobiliária do Sinduscon-MG, Lucas Guerra Martins, afirma que essa faixa retrata a busca por um imóvel melhor e maior, com mais quartos e mais bem localizado que o atual. “Com a confiança em baixa, esse público adia a decisão de compra”, diz ele, reforçando que o Brasil, até 2024, tem um déficit de 20 milhões de imóveis. A tendência, segundo ele, é que esse público finalmente defina as compras neste ano a partir das definições do governo. E cobra: “Sem mudança nenhuma, o ano será pior que 2014”

LANÇAMENTOS

 As incertezas da política econômica devem resultar em um número menor de lançamentos no próximo ano. Segundo Martins, neste ano, o mercado de Belo Horizonte observou crescimento considerável nos lançamentos ante variação mais tímida das aquisições, o que resultou em crescimento do estoque. Até outubro, os lançamentos somaram 3.062 ante 2.488 no ano passado (variação de 23,07%). Com ritmo menor de novas unidades no ano que vem, a tendência é diminuir o estoque.

A demanda em baixa com a alta da oferta resulta em valorização média dos imóveis abaixo da inflação oficial. Segundo a pesquisa do Ipead-UFMG, o acumulado em 12 meses encerrado em outubro, mostra que os preços dos imóveis na capital mineira tiveram alta de 4,94%, enquanto a inflação do período foi de 6,58%.

Uma das definições econômicas que pode contribuir em parte para a retomada da confiança do setor imobiliário é o anúncio das regras da terceira fase do programa Minha Casa, Minha Vida. A presidente Dilma deve anunciar ainda em janeiro o formato. As empresas cobram ajuste do valor máximo dos imóveis.

Fonte: EM

Projetos financiados com recursos do FGTS terão de ser sustentáveis

Nova Política Socioambiental do fundo prevê liberação de financiamento apenas a projetos que sigam princípios de sustentabilidade como uso de madeira reflorestada e criação de áreas verdes.

O Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), em atendimento às diretrizes estabelecidas no seu Plano Estratégico para o período de 2012 a 2022, aprovou nesta semana a Política Socioambiental do FGTS, que regulamenta a autorização de financiamentos com recursos do fundo apenas a projetos que sigam os princípios de prevenção e mitigação de impactos ambientais, o uso responsável dos recursos naturais, além da proteção aos direitos dos trabalhadores e direitos humanos e da proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, paisagístico e arqueológico.

A nova Política foi definida pela Resolução nº 761, de 9 de dezembro de 2014, e também prevê a adoção de ações que garantam a utilização de madeira de reflorestamento e a criação de espaços com áreas verdes nos empreendimentos imobiliários financiados pelo fundo. O objetivo da normativa é contribuir para o processo de desenvolvimento da construção sustentável brasileira, além de incentivar ações de uso racional de energia e sistemas de saneamento e infraestrutura nas novas edificações.

O Ministério das Cidades, que gere a aplicação dos recursos do FGTS, e a Caixa Econômica Federal, operadora do fundo, terão seis meses para regulamentar a Política e colocá-la em prática em todas as operações de financiamento realizadas com recursos do FGTS.

Fonte: Construção Mercado

Projeção de inflação sobe para 6,99% e estimativa de crescimento cai

Os investidores e analistas do mercado financeiro continuam vendo a inflação resistente em 2015. Eles elevaram para 6,99% a projeção de fechamento do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) este ano, a quarta alta consecutiva. O teto da meta da equipe econômica para o IPCA é 6,5%. O mercado também voltou a reduzir a projeção de crescimento da economia em 2015, de 0,38% para 0,13%. Os dados são do boletim Focus, divulgado hoje (26) pelo Banco Central (BC).

O levantamento da última semana também voltou a elevar a estimativa para os preços administrados, que sofrem algum tipo de influência do governo. De 8,2%, a projeção passou a 8,7%. Com relação à taxa básica de juros, a Selic, a previsão para 2015 permanece em 12,5% ao ano. Em reunião na última quarta-feira (21), o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC decidiu elevar a Selic em 0,5 ponto percentual, de 11,75% para 12,5% ao ano.

A projeção de câmbio foi mantida em R$ 2,80. A estimativa da dívida líquida do setor público ficou em 37% do Produto Interno Bruto (PIB, a soma dos bens e serviços produzidos no país). A projeção do déficit em conta-corrente, que mede a qualidade das contas externas, seguiu em US$ 78 bilhões.

O saldo projetado para a balança comercial caiu de US$ 5 bilhões para US$ 4,5 bilhões. Os investimentos estrangeiros estimados passaram de US$ 58,2 bilhões ao patamar de US$ 60 bilhões das projeções anteriores. A previsão de crescimento da produção industrial caiu de 0,71% para 0,69%.

O Focus é uma pesquisa semanal do Banco Central, e as estimativas divulgadas hoje são avaliações feitas por instituições financeiras na semana passada.

Fonte: Jornal do Brasil