Construtoras mantêm foco na venda de estoques em 2015

A deterioração do cenário macroeconômico deixa mais incerto o ambiente para lançamentos de empreendimentos imobiliários em 2015, ano em que as construtoras e incorporadas manterão o foco na venda de estoques, que ficaram praticamente estáveis em 2014.

O estoque de imóveis residenciais das cinco empresas listadas no Ibovespa – Cyrela, Gafisa, PDG, Even e MRV – totalizou 21,6 bilhões de reais no ano passado, ante 21,8 bilhões em 2013. “O sucesso na venda de estoque deve trazer um novo ano de geração de caixa, que trará a liquidez necessária para enfrentarmos momentos de turbulência e eventualmente distribuir os recursos para os acionistas”, disse a Cyrela na semana passada.

O nível ainda elevado de estoques coloca pressão adicional às margens das companhias e preços dos imóveis, cujo avanço já está abaixo da inflação na maioria das cidades. O preço médio do metro quadrado dos imóveis anunciados em 20 cidades brasileiras subiu 0,17 por cento em fevereiro em relação a janeiro, resultado abaixo da inflação pelo segundo mês consecutivo, de acordo com o índice FipeZap Ampliado divulgado no início deste mês.

Diante de uma provável manutenção do atual cenário econômico, a Gafisa afirmou que manterá uma postura mais conservadora, com o objetivo de equilibrar a colocação de novos produtos no mercado, priorizando os de maior liquidez e garantir um “bom nível de rentabilidade”.

Já a Even informou que os lançamentos de 2015 estarão concentrados no segundo semestre, permitindo que sua equipe comercial esteja focada na venda do estoque na primeira metade do ano, além de ter mais visibilidade para avaliar a estratégia de lançamentos do ano.

“Nós permanecemos com uma visão negativa já que não há nenhum estímulo positivo esperado para o setor e com o crédito imobiliário ficando mais caro e mais restrito”, disse o analista do Bradesco BBI, Luiz Mauricio Garcia, em relatório divulgado ao mercado no sábado sobre os desafios macroeconômicos deste ano.

Segundo ele, o anúncio dos detalhes do programa habitacional Minha Casa Minha Vida 3 não deve ser suficiente para evitar uma desaceleração em 2015.

“O ano de 2015 será de austeridade. A empresa orçou e vai cumprir um nível de despesas em 2015 menor do que 2014”, disse à Reuters Rafael Menin, copresidente da MRV, cuja maioria dos empreendimentos é elegível ao programa habitacional federal.

Da Redação, original InfoMoney.

Fonte: Obra 24 horas

A engenharia oferece soluções de contenção variadas, adequadas para as situações mais diversas.

Geologia do terreno, estudo de riscos, custo e cronograma da obra influenciam a escolha da técnica de execução

Em resposta ao surgimento de projetos mais complexos e cronogramas mais enxutos, o segmento de contenção evoluiu ecnologicamente

Escavações profundas, cortes verticais e aterros de grandes dimensões são cada vez mais importantes para a implantação de empreendimentos, especialmente em áreas urbanas, onde há escassez de áreas para construir. Isso torna a etapa de contenção, uma das mais críticas durante a execução de uma obra, ainda mais importante. Vale lembrar que, em função dos riscos que a movimentação de terra envolve, erros de dimensionamento, de projeto e de execução podem ser fatais.

Entre a diversidade de métodos existentes, a opção deve recair pelo mais seguro, com custo compatível. Chegar à melhor opção passa pela análise de algumas variáveis. O engenheiro Luiz Antônio Naresi Júnior, especialista em geotecnia e em fundações da Progeo Engenharia, lista as principais:

1) Local e acesso à obra;
2) Resultados de ensaios de laboratórios de solos e rochas e interpretação do perfil geológico e geotécnico do terreno por meio de sondagens rotativas;
3) Tipo e tamanho dos escorregamentos;
4) Estudo do fator de segurança e da estabilidade global do talude ou encosta;
5) Fator de risco da segurança contra o colapso ou deslizamento sobre outras estruturas, com risco ao usuário final, seja em edificações, rodovias ou ferrovias;
6) Fator técnico-financeiro, estudo de viabilidade da contenção;
7) Impactos ambientais e de segurança do trabalho.

Nos últimos anos, em resposta ao surgimento de projetos mais complexos e cronogramas mais enxutos, o segmento de contenção evoluiu. De modo geral, as técnicas vêm sendo aprimoradas, a exemplo das paredes-diafragma. Essa metodologia deu um salto com o avanço de maquinários como as hidrofresas, aposentando gradativamente o clam shell mecânico, convencionalmente utilizado no Brasil desde os anos 1970-80. Assim, sem comprometer a segurança e a velocidade e com relativa redução de ruído, aumentou- se a capacidade e a profundidade das escavações, incluindo a adoção de paredes mais espessas.

A substituição da lama bentonítica por polímeros biodegradáveis como fluido estabilizante tem se firmado como tendência. Diferentemente da lama, os polímeros, por serem biodegradáveis, podem ser descartados em qualquer bota-fora ou até em galerias de águas pluviais desde que não contenham sólidos em suspensão. As empresas também vêm investindo em tecnologias para diminuição do volume de bentonita e de resíduos gerados nas obras. A própria bentonita já pode ser tratada com uso de centrifugação, de sistema filtro prensa, ou ainda de tratamento químico.

Há, ainda, o uso mais intensivo dos geossintéticos em técnicas como a de solo reforçado, para estabilização de cortes em terrenos ou de taludes de aterros. Quando devidamente utilizados, esses materiais podem melhorar a resistência à tração ao solo, compondo sistemas de fácil execução e custo reduzido, em comparação às técnicas mais tradicionais de reforço.

Conheça os sistemas

fotos: Marcelo Scandaroli

Gabiões
São compostos por gaiolas de aço zincado de malha hexagonal e preenchidas com pedras com peso entre 2 kg e 5 kg. É uma das técnicas de contenção mais utilizadas, por ser de fácil execução, ter baixo custo e se integrar bem ao meio ambiente. Monolíticos, com elevada permeabilidade e boas condições de acomodação em deslocamentos, são usados em muros de contenção, proteção de margens e canalização de córregos. Há três tipologias principais. O gabião caixa, em formato de paralelepípedo, é mais usado como muro. Utilizado para o revestimento das margens e de leitos de cursos d’água, o gabião colchão também tem formato de paralelepípedo, mas pequena espessura. Já o gabião cilíndrico (ou saco) é constituído de um único pano de tela de forma retangular que é enrolado, assumindo a forma cilíndrica. É utilizado em obras emergenciais.

Aspectos críticos: seu desempenho relaciona-se diretamente ao cuidado dos operários em organizar as pedras no interior da gaiola. Caso contrário, a quantidade de vazios entre elas pode ser muito grande e tornar o muro mais leve do que previa o projeto. É essencial assegurar que as características de resistência do terreno sejam as consideradas no projeto. Resistência menor que a prevista pode colocar em risco a estabilidade da contenção. É importante, também, que o local de apoio seja previamente preparado e nivelado.

 

Sofia Mattos

Parede-diafragma

Paredes-diafragma são painéis de concreto, geralmente armado, préfabricados ou moldados in loco. Aplicada principalmente em subsolos enterrados, essa técnica é recorrente em centros urbanos, onde a falta de área livre dificulta a execução de outros processos. Construídos a partir de lamelas de até 7 m de comprimento e espessura variando entre 0,45 m e 1,50 m (com profundidades de até 100 m), os painéis são executados por meio do preenchimento de trincheiras escavadas com o uso contínuo de lama bentonítica, cujo papel é estabilizar as paredes de escavação e contrabalançar o empuxo causado pelo lençol freático no terreno. Pode-se, também, utilizar polímeros no lugar da lama.

Aspectos críticos: durante a execução, um dos principais riscos é o vazamento entre as juntas de concretagem. “Por mais perfeita que seja feita a parede, ao final da obra podem ocorrer vazamentos que demandam tratamento secundário”, comenta o consultor em geotecnia Luiz Antônio Naresi Júnior.

A responsável pela execução deve manter registro completo da cravação de cada painel, em duas vias, sendo uma destinada à fiscalização. Além disso, a concretagem de cada painel deve ser acompanhada para verificação dos volumes efetivos do concreto, em comparação aos volumes previstos. Desta forma, é possível estimar as espessuras efetivas da parede, bem como avaliar a presença de locas ou erosão, devido a eventuais desbarrancamentos.

Com o uso de equipamentos de grande porte e tanques de lama, acomodar toda estrutura necessária para execução da parede-diafragma pode ser um problema em terrenos confinados.

Parede atirantada

Estruturas de concreto armado que trabalham em conjunto com tirantes constituídos por cordoalhas ou por monobarra. A técnica é utilizada principalmente para contenção de encostas e construção de subsolos. Sua aplicação é recomendada para cortes em terrenos com grande carga a ser contida ou em solo que apresenta pouca resistência. Considerada uma solução bastante cara, normalmente é executada em taludes de 4 m a 20 m de altura. Para vencer a topografia, são feitos cortes nos terrenos, e os taludes resultantes são contidos pelas cortinas atirantadas. É bastante adotada, também, em áreas de deslizamentos e, ainda, em casos de aproveitamento do topo de terrenos acidentados para construção de edificações.

Aspectos críticos: a execução deve seguir à risca as orientações do projeto (elaborado com base em sondagens). Um ponto crítico dessas estruturas é a barra de aço, que deve ser protegida com argamassa ou nata de cimento para evitar corrosão e consequente rompimento do tirante ou chumbador. A corrosão das cabeças dos tirantes é uma das grandes preocupações em relação à vida útil e desempenho, principalmente em regiões litorâneas. A incorporação do tirante à estrutura só pode ser procedida de forma definitiva após a constatação do bom desempenho da barra por meio de ensaio.

 

Divulgação: Terra Armada

Solo armado
Também conhecida como terra armada, utiliza placas de concreto – também chamadas de escamas -, armaduras e a própria terra como materiais estruturais. As escamas são montadas à medida que a terraplanagem avança. Com isso, ao término do espalhamento e da compactação, tem-se o solo armado finalizado.

A utilização dessa técnica é mais comum em encontros de pontes e viadutos de estradas e ferrovias, ou nos perímetros urbanos, onde os espaços são muito restritos e os prazos de execução das obras bastante curtos. A NBR 9.286 – Terra Armada – Especificação, de 1986, fixa as condições para o projeto e a execução para terrenos reforçados por essa solução.

Aspectos críticos: as escamas pré-fabricadas são içadas com auxílio de caminhões tipo “munck”, tratores ou guindastes. A primeira linha de placas é, normalmente, montada sobre uma base de concreto (soleira) que cumpre a função de elemento de fundação para o paramento externo. A soleira deve estar apoiada em material resistente como solo compactado ou solo-cimento. Próximo ao paramento é recomendável que a compactação seja executada por meio de placas vibratórias. Recomenda-se, ainda, que o grau de compactação para a execução do aterro seja no mínimo de 95% da densidade aparente seca máxima.

 

Divulgação: Bidim

Geogrelhas e geossintéticos 


Descrição:
 geossintéticos podem ser aproveitados de várias formas em obras de contenção, contribuindo para adicionar resistência à tração ao solo que, dessa forma, tem mais sustentação para evitar deslizamentos. O solo envelopado é uma das técnicas mais utilizadas de execução de muros de contenção com geossintéticos. Consiste na inserção de elementos planos de reforço (geogrelhas ou geotêxteis) entre camadas de solo compactado e no envelopamento da face com o próprio material de reforço. Ao permitir utilizar o solo local compactado como elemento estrutural, essa técnica apresenta boa relação custo-benefício em situações de aterro.

Aspectos críticos: A exposição a intempéries e ao vandalismo pode prejudicar o desempenho do geossintético. Por isso, é importante assegurar boa proteção ao material. Outro cuidado é com o nível de agressividade do ambiente: em indústrias, aterros ou outros locais com agressividade química acentuada, alguns polímeros podem ter suas propriedades alteradas e o projeto deve considerar isso. O cuidado se aplica também à etapa de armazenamento. Se o geotêxtil for estocado ao ar livre, deve-se cobri-lo com lona preta de polietileno para protegê-lo da ação dos raios UV e de eventual absorção de água. As bobinas devem ser apoiadas em local seco, livre de terra, óleo, solventes e enxurradas. O controle sobre a execução consiste basicamente na verificação de nivelamento, grau de expansão, presença de elementos pontiagudos ou agentes agressivos à integridade da manta, sobreposição transversal mínima, emendas e costuras, além da espessura especificada.

Fontes consultadas: Progeo Engenharia, Costa Fortuna, Terratest, livro “Fundações: Teoria e Prática”, ABMS/Abef (Editora Pini)

Fonte: Piniweb

 

Cresce em 250% participação de mulheres em canteiros de obras da MRV

A MRV Engenharia anuncia ter investido constantemente na contratação e qualificação da mão-de-obra feminina dentro de seus canteiros de obras. Nos últimos seis anos, a participação das mulheres nesse ambiente, tradicionalmente masculino, aumentou em 250%. Somente no estado do Rio de Janeiro, onde a construtora possui atualmente 30 obras em andamento, foram contratadas 334 mulheres entre os meses de julho de 2014 a março de 2015.

Segundo Marcos Horta, Diretor de Desenvolvimento Humano da MRV, entre os principais motivos para o aumento das oportunidades de as mulheres ingressarem no setor estão a escassez da mão-de-obra a partir da expansão das atividades da construtora e o processo de primarização da companhia.

– Desde 2007, quando a MRV Engenharia abriu seu capital, percebemos uma carência de trabalhadores para atuarem nos nossos canteiros de obras, nas mais diversas atividades. A oferta de mão-de-obra masculina não acompanhava a crescente demanda e por isso, começamos a investir na contratação de mulheres para desempenharem as mesmas funções. Com o processo de primarização que a companhia iniciou em 2014, as operárias assumiram um papel de destaque, pois percebemos que em determinados trabalhos, como no acabamento, no rejunte de azulejos e na pintura, elas têm mais habilidade e atenção – destacou o diretor.

A técnica em Segurança do Trabalho da MRV/MRL Engenharia dos empreendimentos no Norte Fluminense, Larissa Grazielle Reis Santos, de 26 anos, é uma das colaboradoras que tem crescido profissionalmente dentro da companhia. Contratada em 2012 como Auxiliar de Segurança, Larissa conta que hoje os trabalhadores dos canteiros já se acostumaram com a presença feminina nas obras e comemora a valorização do seu trabalho.

– Inicialmente foi um desafio para mim, pois não eu não havia planejado trabalhar na construção civil. É um ramo masculino, mas através de profissionalismo, ética e respeito temos um ambiente saudável de trabalho, com muitas oportunidades de crescimento e valorização – comemora.

Atualmente, dos 25.980 funcionários na MRV, 17% correspondem ao universo feminino. Em 2009, 1.285 mulheres atuavam na companhia, enquanto que em 2015 esse número já corresponde a 4.494, sendo que cerca de metade – 2.063 atuam nos canteiros, executando atividades como servente, ajudante de obra e também no setor administrativo como auxiliares de engenharia. O restante do público feminino está distribuído pelos escritórios da MRV, presente hoje em 19 estados do país.

Da Redação, original Monitor Mercantil.

FONTE: Obra 24 Horas

Governo do RS anuncia novo decreto com corte em todas as secretarias

Ajustes financeiros devem implicar economia em torno de 20% nas pastas. Sartori diz que saúde, segurança e educação serão ‘prioridades’.

Governador do RS, José Ivo Sartori, apresentou dados relativos à situação financeira do estado em entrevista coletiva (Foto: Luiz Chaves/Palácio Piratini)

O governador José Ivo Sartori anunciou nesta quinta-feira (19), em Porto Alegre, mais um decreto para corte de gastos e tentativa de equilíbrio das finanças do Rio Grande do Sul. A meta é de redução de despesa na ordem de R$ 1 bilhão ao ano. A medida foi publicada no Diário Oficial e prevê ajustes financeiros no orçamento deste ano para as secretarias estaduais, que devem implicar economia de 21,3%, segundo projeção do Palácio Piratini.

“Foi editado um decreto onde todas as secretarias vão ter seu orçamento contingenciado em torno de R$ 20% a 21%, ou mais. Significa que esse percentual não pode ser gasto, deve ser evitado. Secretarias que têm cargos de confiança só podem ocupar 65% dos cargos. 35% dos cargos não podem ser ocupados. É uma maneira de diminuir o custeio da máquina publica, cuidando dessa realidade”, disse.

Secretários participaram de entrevista coletiva no Palácio Piratini (Foto: Rafaella Fraga/G1)

A mudança no orçamentos das secretarias pretende reduzir a crise financeira do estado, que tem um déficit estimado em R$ 5,4 bilhões. Outras medidas já anunciadas, como redução de diárias e corte de horas extras para servidores da Brigada Militar e Polícia Civil, devem gerar economia de R$ 600 milhões, segundo o governador. “Não é suficiente. Mas mesmo com dificuldades, precisamos fazer esse equilíbrio no estado”, disse. Conforme Sartori, entretanto, o novo decreto não deve afetar novos investimentos e as áreas de saúde, educação e segurança serão “prioridades”.

“Devemos ser transparentes e dizer a verdade. A crise vai levar muito tempo pra ser resolvida. As finanças não chegaram ao limite, passaram do limite. O poder público gastou mais do que arrecadou”, disse Sartori.

Quando questionado sobre a possibilidade de parcelamento ou atraso nos salários de março, Sartori disse que está fazendo o possível no no sentido de viabilizar a manutenção em dia daqueles que prestam serviço ao público. Entretanto, o pagamento depende do fluxo de caixa.

“O fluxo de caixa é sempre dia a dia. Evidentemente que temos que confessar e reconhecer que os meses de janeiro e fevereiro foram estabelecidos no fim do ano e inicio do ano. Agora é outra realidade”, disse o governador. Até esta sexta (20), o governo deve ter uma resposta sobre o assunto.

Secretário da Fazenda, Giovani Feltes apresenta os dados (Foto: Luiz Chaves/Palácio Piratini)

Após a fala de Sartori, o secretário da Fazenda, Giovani Feltes, apresentou dados sobre a atual situação financeira do estado e falou à imprensa. Segundo ele, o déficit, que hoje chega a R$ 5,4 bilhões, deve alcançar R$ 7 bilhões até 2018, quando termina o mandato do peemedebista. Ele apresentou também 13 motivos que culminaram na dívida milionária.

“Importante dizer que isso não é projeção. É a realidade financeira do estado”, declarou o secretário.

Segundo Feltes, cada gaúcho nasce hoje com uma dívida de R$ 6,84 mil. “Nós todos somos responsáveis, uns mais, outros menos. Todos somos cidadãos”, frisou.

Em 44 anos, o estado gastou menos que arrecadou em apenas sete anos. Ainda segundo o governo do estado, nos últimos anos, a despesa cresceu muito mais do que a receita. Entre 2007 e 2010, o crescimento da despesa foi de 10,9% e o da receita de 12,1%, enquanto entre 2011 e 2014 a alta dos dois itens foi de 10,4% e 9,8%, respectivamente.

Os aumentos concedidos aos servidores da segurança pública geram impacto nos cofres públicos. Os gastos também foram incentivados pela União. De acordo com Feltes, o aumento das despesas correntes e de pessoal foi financiado com maior endividamento.

Para a equipe de Sartori, a maior parte das despesas do estado são engessadas. Somando os gastos em investimentos (6,2% da receita), manutenção (29,4%), serviço da dívida (11,4%) e pessoal (75,5%).

“Somando esses compromissos, teríamos que ter 122,5% de receita. Alguma coisa está errada. As fontes usadas nos últimos anos para cobrir as despesas estão praticamente esgotadas. Estamos no limite do endividamento permitido em lei”, analisou Feltes.

Sobre o decreto que prevê cortes no orçamento das secretarias, Feltes, no entanto, ressaltou, a exemplo de Sartori, que áreas como saúde, educação e segurança terão menos impacto. “O impacto incide mais sobre custeio. Serão preservadas essas três áreas. Quatro secretarias têm maior volume: além dessas, mais os transportes. Claro que tudo foi feito em discussão com essas secretarias. Algumas dependem mais de pessoal, outras nem tanto. Não temos vontade de cortas custos, mas é necessário. Temos algumas imposições legais que serão cumpridas. A Justiça determina que 12% seja aplicado em saúde. E vai ser”, afirma ao G1.

Na quarta (18), Sartori havia informado, em entrevista coletiva na Federasul, que o governo irá acelerar os processos de fiscalização e de combate à sonegação de impostos. Em relação às parcerias público-privadas, garantiu que está sendo construído um novo marco legislativo e que processo está adiantado. Sartori também disse que avaliará as estatais para ver quais deverão ser mantidas.

Fonte: G1

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