Otimismo na construção civil
Publicado em 26 de fevereiro de 2015 por grau
Sondagem do Sinduscon-PR mostra que a maioria das empresas pretende contratar mão de obra e aumentar sua atividades; mercado deve se comportar cautelosamente, especialmente no primeiro semestre
Medidas tomadas pelo governo federal, a exemplo do aperto fiscal, têm colocado em alerta diversos setores da economia. A construção civil, por exemplo, deverá se valer do primeiro semestre para absorver o impacto das decisões, mas segue otimista. É o que mostra um estudo realizado pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon) do Paraná, realizado em dezembro, com 316 empresas filiadas.
De todas as empresas consultadas, apenas 11% disseram que pretendem reduzir seu quadro de funcionários, enquanto 53% manterão e outros 36% esperam fazer novas contratações – a previsão é de que sejam abertos 2,6 mil postos de trabalho, um aumento de 12% na geração de emprego.
Para o presidente do Sinduscon da Região Noroeste do Paraná, José Maria de Paula Soares, o mercado mantém uma postura otimista, mas com os ‘pés no chão’. “Imóveis se constituem como um bem. É algo que responde com certa estabilidade e segurança”, justifica.
Para ele, deverá haver crescimento este ano, mas não no processo evolutivo que o setor apresentou há alguns anos. E a valorização também deverá ser menor, mas acima dos índices inflacionários. “Observamos que algumas empresas vão contratar, enquanto em outras épocas todas contratariam. O fato é que algumas empresas vão colocar o pé no freio, mas no segundo semestre deve melhorar”, diz.
Outro dado do levantamento mostra que 51% das empresas consultadas esperam aumentar a atividade neste ano. Outros 42% acreditam que vão manter o ritmo de 2014, enquanto 7% devem diminuir. Soares explica que o mercado se comportará de forma mais cautelosa, com lançamentos mais bem planejados, embasados em estudos mais aprofundados, eliminando os riscos que oferecem os lançamentos experimentais. Por outro lado, o mercado está mais exigente, proporcionando ao consumidor negociar mais. Segundo ele, há demanda, com ofertas um pouco cadenciadas.
No início do ano, a Caixa Econômica Federal também anunciou o aumento de juros para os novos financiamentos da casa própria – imóveis com valor superior a R$ 750 mil. Soares acredita que essa medida, que já começou a valer, não deve atingir de forma tão significativa o setor, já que as linhas 1, 2, e 3, do programa Minha Casa Minha Vida não foram atingidas. “A demanda por casa social ainda é grande e essa medida mantém para o programa as mesmas alíquotas e indicadores de financiamento”.
Para Claudiomar Sandri, da Empreendimentos Imobiliários e Construtora Sandri, o ano será de vendas crescentes, porém gradativas, e de nivelamento de preços. “Com base neste começo de ano a perspectiva para 2015 é boa. Passou a euforia das eleições e Copa do Mundo, e o início do ano para o mercado imobiliário está sendo agitado. A população está confiante independente das medidas do governo e continua investindo. No ano passado tivemos um momento de estabilização e agora o mercado voltará a crescer com mais solidez e de forma homogênea, sem aqueles picos de valores altíssimos”, diz.
Na opinião do imobiliarista Téo Granado, da Pedro Granado Imóveis, existe ainda espaço para crescer. Ele explica que o movimento no setor de locação, que mostra a situação do mercado da construção civil como um todo, indica que há motivos para otimismo. “Em janeiro já se percebe a escassez de produtos específicos como por exemplo apartamento de dois ou três quartos no Centro da cidade e na Zona 7”. Na Pedro Granado, por exemplo, para atender os clientes foi preciso estender o horário de funcionamento no começo do ano.
Ele avalia que a instabilidade econômica fez com que o consumidor ficasse retraído por um tempo, mas que esse comportamento deverá mudar. “Pode até ser que tal receio freie a compra no primeiro semestre, o que não deverá se repetir no segundo”, diz. Granado ressalta que haveria grandes problemas se não houvesse demanda, o que não é o caso. “Nos últimos anos houve muita construção, mas longe de se alcançar o objetivo, já que o déficit habitacional existe. Tem bastante gente sem residência (própria) ainda”.
Como ficaram as taxas de juros da caixa
Sistema Financeiro de Habitação (SFH): Imóveis novos ou usados. Valor máximo de R$ 650 mil ou R$ 750 mil (regiões metropolitanos de RJ, MG, SP e DF). Permite uso de FGTS, não tem limite de renda familiar. Taxas: de 8,5% e máximo de 9,15% ao ano.
Minha Casa Minha Vida: Imóvel novo ou em construção, com valor de até R$ 90 mil. Para famílias com renda de R$ 465 até R$ 5 mil. Juros variam de 4,5% a 7,4% ao ano. Não sofreu alterações na taxa de juros, segundo a Caixa.
Sistema Financeiro Imobiliário (SFI): Valor máximo de R$ 650 mil ou R$ 750 mil (regiões metropolitanos de RJ, MG, SP e DF). Não existe limite de renda familiar. Juros variam de 9,20% a 11% ao ano.
Carta de crédito FGTS: Para imóveis novos, usados ou em construção. Valor de até R$ 90 mil para famílias com renda de R$ 465 a R$ 5 mil. Juros de 4,5% a 8,16% ao ano. Também não sofreu alterações na taxa de juros.
Fonte: O diário
Construção Civil aguarda ajustes para retomada do crescimento
Publicado em 19 de fevereiro de 2015 por grau
Para sindicato do setor, nova equipe econômica precisa incentivar investimentos. PIB indica retração de 4,2%
Depois de um ano de indicadores negativos, a melhora no desempenho da construção civil em 2015 depende de uma série de ajustes para a retomada do crescimento do setor. O acumulado de janeiro a setembro do PIB setorial indica retração de 4,2%, com expectativa de o ano encerrar com queda próxima de 5%. Segundo representantes do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), a nova equipe econômica do governo Dilma Rousseff precisa transmitir confiança aos empresários para a retomada dos investimentos.
O presidente da entidade, Luiz Fernando Pires, afirma ser necessário pragmatismo nas medidas econômicas da equipe encabeçada pelo ministro Joaquim Levy, diferentemente do vaivém sob o comando de Guido Mantega. “É preciso objetividade na política econômica”, afirma. Mas, pelo menos no primeiro semestre, com perspectiva de novas elevações da taxa de juros e inflação próxima do teto, a tendência é de poucas mudanças sobre o cenário atual.
Apesar das baixas taxas de aumento de vendas neste ano – até outubro, o número de apartamentos negociados em Belo Horizonte cresceu 2,89% –, a falta de confiança do consumidor resulta em demanda reprimida. Prova disso, segundo o Sinduscon-MG, é que a faixa de valores mais afetada com a queda de venda é a de imóveis acima de R$ 500 mil. No comparativo entre janeiro e outubro de 2013 e 2014, as vendas caíram 45,48%.
O vice-presidente da Área Imobiliária do Sinduscon-MG, Lucas Guerra Martins, afirma que essa faixa retrata a busca por um imóvel melhor e maior, com mais quartos e mais bem localizado que o atual. “Com a confiança em baixa, esse público adia a decisão de compra”, diz ele, reforçando que o Brasil, até 2024, tem um déficit de 20 milhões de imóveis. A tendência, segundo ele, é que esse público finalmente defina as compras neste ano a partir das definições do governo. E cobra: “Sem mudança nenhuma, o ano será pior que 2014”
LANÇAMENTOS
As incertezas da política econômica devem resultar em um número menor de lançamentos no próximo ano. Segundo Martins, neste ano, o mercado de Belo Horizonte observou crescimento considerável nos lançamentos ante variação mais tímida das aquisições, o que resultou em crescimento do estoque. Até outubro, os lançamentos somaram 3.062 ante 2.488 no ano passado (variação de 23,07%). Com ritmo menor de novas unidades no ano que vem, a tendência é diminuir o estoque.
A demanda em baixa com a alta da oferta resulta em valorização média dos imóveis abaixo da inflação oficial. Segundo a pesquisa do Ipead-UFMG, o acumulado em 12 meses encerrado em outubro, mostra que os preços dos imóveis na capital mineira tiveram alta de 4,94%, enquanto a inflação do período foi de 6,58%.
Uma das definições econômicas que pode contribuir em parte para a retomada da confiança do setor imobiliário é o anúncio das regras da terceira fase do programa Minha Casa, Minha Vida. A presidente Dilma deve anunciar ainda em janeiro o formato. As empresas cobram ajuste do valor máximo dos imóveis.
Fonte: EM
Projetos financiados com recursos do FGTS terão de ser sustentáveis
Publicado em 12 de fevereiro de 2015 por grau
Nova Política Socioambiental do fundo prevê liberação de financiamento apenas a projetos que sigam princípios de sustentabilidade como uso de madeira reflorestada e criação de áreas verdes.
O Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), em atendimento às diretrizes estabelecidas no seu Plano Estratégico para o período de 2012 a 2022, aprovou nesta semana a Política Socioambiental do FGTS, que regulamenta a autorização de financiamentos com recursos do fundo apenas a projetos que sigam os princípios de prevenção e mitigação de impactos ambientais, o uso responsável dos recursos naturais, além da proteção aos direitos dos trabalhadores e direitos humanos e da proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, paisagístico e arqueológico.
A nova Política foi definida pela Resolução nº 761, de 9 de dezembro de 2014, e também prevê a adoção de ações que garantam a utilização de madeira de reflorestamento e a criação de espaços com áreas verdes nos empreendimentos imobiliários financiados pelo fundo. O objetivo da normativa é contribuir para o processo de desenvolvimento da construção sustentável brasileira, além de incentivar ações de uso racional de energia e sistemas de saneamento e infraestrutura nas novas edificações.
O Ministério das Cidades, que gere a aplicação dos recursos do FGTS, e a Caixa Econômica Federal, operadora do fundo, terão seis meses para regulamentar a Política e colocá-la em prática em todas as operações de financiamento realizadas com recursos do FGTS.
Fonte: Construção Mercado
Projeção de inflação sobe para 6,99% e estimativa de crescimento cai
Publicado em 5 de fevereiro de 2015 por grau
Os investidores e analistas do mercado financeiro continuam vendo a inflação resistente em 2015. Eles elevaram para 6,99% a projeção de fechamento do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) este ano, a quarta alta consecutiva. O teto da meta da equipe econômica para o IPCA é 6,5%. O mercado também voltou a reduzir a projeção de crescimento da economia em 2015, de 0,38% para 0,13%. Os dados são do boletim Focus, divulgado hoje (26) pelo Banco Central (BC).
O levantamento da última semana também voltou a elevar a estimativa para os preços administrados, que sofrem algum tipo de influência do governo. De 8,2%, a projeção passou a 8,7%. Com relação à taxa básica de juros, a Selic, a previsão para 2015 permanece em 12,5% ao ano. Em reunião na última quarta-feira (21), o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC decidiu elevar a Selic em 0,5 ponto percentual, de 11,75% para 12,5% ao ano.
A projeção de câmbio foi mantida em R$ 2,80. A estimativa da dívida líquida do setor público ficou em 37% do Produto Interno Bruto (PIB, a soma dos bens e serviços produzidos no país). A projeção do déficit em conta-corrente, que mede a qualidade das contas externas, seguiu em US$ 78 bilhões.
O saldo projetado para a balança comercial caiu de US$ 5 bilhões para US$ 4,5 bilhões. Os investimentos estrangeiros estimados passaram de US$ 58,2 bilhões ao patamar de US$ 60 bilhões das projeções anteriores. A previsão de crescimento da produção industrial caiu de 0,71% para 0,69%.
O Focus é uma pesquisa semanal do Banco Central, e as estimativas divulgadas hoje são avaliações feitas por instituições financeiras na semana passada.
Fonte: Jornal do Brasil