Brasília – O desaquecimento da indústria da construção civil se ampliou em setembro, de acordo com sondagem divulgada nesta segunda-feira, 27, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Em uma escala na qual valores abaixo dos 50 pontos indicam retração, a atividade no setor no mês passado registrou 42,3 pontos.
O desempenho foi ainda pior que o obtido em agosto, quando o índice ficou em 43 pontos.
Com o uso da capacidade instalada do setor estável em 67% no mês, também ampliou-se o ritmo de demissões na indústria da construção.
Novamente na escala na qual 50 pontos significa a manutenção das vagas de trabalho no setor, o indicador ficou em 43,1 pontos em setembro.
Isso significa uma queda no emprego mais intensa do que a verificada em agosto, quando índice registrava 43,5 pontos.
O resultado do mês passado mostra que o nível de atividade na indústria da construção continua se afastando do usual para o período do ano.
Se, em agosto, essa diferença equivalia a um indicador de 41,4 pontos, em setembro o índice ficou ainda pior, com 38,8 pontos, muito distante da linha divisória dos 50 pontos que indicaria estabilidade.
De acordo com a sondagem, a margem de lucro operacional das empresas do setor também ficou menos satisfatória em setembro, bem como a situação financeira das firmas.
Para piorar o cenário, os empresários continuam reclamando do acesso ao crédito em um ambiente de aumento acelerado dos preços das matérias-primas.
Expectativas
Diante dos resultados adversos que persistiram em setembro, todas as expectativas medidas pela CNI para o setor ficaram mais pessimistas em outubro.
A estimativa quanto ao nível de atividade para os próximos meses, por exemplo, piorou de 48,4 pontos para 47,3 pontos, indicando que o empresariado continua esperando uma retração do setor no período à frente.
Da mesma forma, a expectativa quanto a novos empreendimentos piorou, de 48,5 pontos para 47,4 pontos, o que reflete também nas estimativas para compras de insumos, que caíram de 47,5 pontos para 46,5 pontos em outubro.
Com a disseminação do pessimismo no setor, a probabilidade de continuidade nas demissões também aumentou, já que o índice expectativa de emprego também ficou pior, de 47,7 pontos para 46,8 pontos.
Fonte: Exame