Setor de material de construção está menos pessimista para junho, aponta Abramat

Os empresários do setor de material de construção estão menos pessimistas com o cenário de junho, frente o mês de maio. Entre os entrevistados pela Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), 19% consideraram bons os resultados de maio, enquanto 39% disseram que o período foi regular e 35% assinalaram o mês como ruim. Outros 6% apontaram o mês como muito ruim.

Para junho, 23% das companhias projetam boas vendas, 58% têm expectativas regulares e outros 16% acreditam em um ambiente ruim. A categoria de muito ruim ficou com 3% dos entrevistados.

A Abramat informou também que, em maio, 42% das indústrias de materiais pretendiam investir nos próximos 12 meses, o que representou uma melhora em relação a abril, quando a intenção relatada era de 41%. Em igual período do ano passado, o indicador estava em 74%.

A sondagem da associação indicou também que, na média, 10% das companhias entrevistadas têm boas expectativas em relação às ações do governo para o setor da construção civil nos próximos 12 meses. O resultado apresentou um crescimento do otimismo, que estava em 6% no mês anterior, embora tenha ficado aquém dos 14% de maio de 2014. Por outro lado, 61% dos entrevistados se disseram pessimistas, frente a 56% em abril e 26% em maio de 2014.

Fonte: DGABC

Governo estuda liberar compulsório da poupança para construção civil

O governo estuda alternativas para atenuar a crise na construção civil, agravada pelo atraso nos repasses da União ao programa Minha Casa Minha Vida e pela sangria de recursos da caderneta de poupança, que perdeu R$ 29 bilhões só no primeiro quadrimestre. E uma das hipóteses em debate é a liberação de parte dos recursos da poupança retidos no Banco Central (BC), os chamados depósitos compulsórios.

Hoje, 30% dos valores depositados na poupança são recolhidos ao BC. A proposta em discussão é liberar entre 10% e 15% desse montante para que os bancos possam aumentar a oferta de crédito para a habitação. Essa medida, segundo fontes do setor, poderia injetar no sistema financeiro entre R$ 30 bilhões e R$ 40 bilhões.

A poupança faz parte do Sistema Financeiro da Habitação (SFH), voltado para imóveis de até R$ 750 mil, com juros limitados a 12% ao ano, mais a TR. Segundo a legislação, 65% dos depósitos de poupança devem ser direcionados ao crédito habitacional; 5% podem ser aplicados livremente, e o restante fica retido no BC.

Diante da escassez dos recursos da poupança, a Caixa, líder no mercado imobiliário, e o Banco do Brasil restringiram o financiamento habitacional, tanto para os mutuários, que terão que pagar juros mais altos e dar uma entrada maior, quanto para as empresas.

Há poucos dias, as incorporadoras foram informadas pelos dois bancos de que as linhas de crédito com recursos da caderneta destinadas à produção de novas unidades foram suspensas.

A liberação de parte dos compulsórios beneficiaria principalmente a Caixa – maior captadora de depósitos da poupança -, mas é defendida pela concorrência. A proposta está em análise pelos ministérios da Fazenda, do Planejamento e pelo BC, e a expectativa é de uma definição até o próximo mês.

Com a baixa na poupança, não temos alternativa. Esperamos que a liberação dos compulsórios ocorra entre maio e junho – disse o presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), Rubens Menin.

Ele explicou que o outro instrumento de captação de recursos para o setor, as letras de crédito imobiliário – LCIs (papéis vinculados a ativos imobiliários) -, apesar da isenção fiscal, é mais oneroso para os bancos do que os depósitos da poupança.

Segundo Menin, a liberação de parte dos compulsórios seria uma medida emergencial, até o país atravessar o período de alta nos juros, que tem estimulado a saída dos recursos da caderneta em busca de aplicações com maior retorno.

Além da evasão dos depósitos da poupança, os atrasos nos repasses da União ao programa Minha Casa Minha Vida, que começaram há cerca de um ano e ainda persistem, agravam a crise na construção civil, com paralisações de obras em vários estados e demissões de trabalhadores.

O problema é mais sério entre as pequenas construtoras que assumiram grandes conjuntos residenciais para baixa renda (faixa 1, totalmente custeada com recursos públicos), sobretudo no Nordeste, mas atinge também as faixas 2 e 3 (que usam recursos do FGTS).

No Rio Grande do Norte, por exemplo, as seis construtoras que participam do programa paralisaram a construção de 4,5 mil unidades para a faixa 1 e, na última terça-feira, deram início às demissões de trabalhadores. Segundo o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-RN), Arnaldo Gaspar Júnior, se nada for feito, entre 30 e 60 dias, boa parte dos quatro mil empregados perderão seus empregos.

“Aqui, a situação está explosiva. Na sexta-feira, todos os trabalhadores do setor entraram em greve contra as demissões nas empresas que participam do Minha Casa”, afirmou.

Ele disse que as pequenas construtoras são as mais prejudicadas, pois entraram no programa porque havia um cronograma de repasses de até 15 dias após a medição das obras pela Caixa. Isso vigorou até outubro, quando começaram os atrasos, que já chegaram a 90 dias e, agora, estão em 60 dias.

O quadro se repete no Mato Grosso, onde duas das três empresas que operam o programa entraram em recuperação judicial. Segundo o presidente do Sinduscon-MT, Cezário Siqueira Gonçalves Neto, as paralisações atingem entre três mil e quatro mil unidades em Cuiabá, Sinop, Barra do Garças e outros municípios.

“O governo federal tem que fazer o seu papel, tem que pagar. As empresas não têm fôlego para esperar por 30 dias, 45 dias. Elas não conseguem gerenciar o processo e quando vão ao mercado, os bancos públicos não têm recursos para emprestar”, disse o empresário.

O deputado Marcos Abrão (PPS-GO), da Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara dos Deputados, fez um alerta: “Algumas cidades pequenas do interior de Goiás estão virando um cemitério de casas inacabadas.”

O problema vem sendo discutido na Comissão, que cobra do Tesouro Nacional um cronograma para regularizar os débitos atrasados. Houve uma audiência pública para tratar do assunto há cerca de um mês e conversas posteriores com a Fazenda. Até agora, sem uma resposta oficial.

“O Tesouro alega que está regularizando, mas existem atrasos de até 90 dias”, pontuou o presidente da comissão, deputado Júlio Lopes (PP-RJ).

Pelos cálculos de José Carlos Martins, da Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (Cbic), o governo virou o ano devendo R$ 1 bilhão ao programa, dos R$ 17,4 bilhões aplicados. Até o início desta semana, foram repassados R$ 4,8 bilhões para quitar o débito antigo e o corrente (do ano), e a expectativa é que os desembolsos sejam menores nos próximos quadrimestres, diante do corte orçamentário a ser anunciado ainda este mês.

“Antes de lançar a terceira etapa do programa, o governo precisa colocar os pagamentos em dia. Não trabalhamos com um produto acabado, temos que comprar terreno, desenvolver projetos e buscar financiamento. Cadê a previsibilidade”, indagou Martins.

O presidente do Sinduscon-RN reforça: “Estamos no escuro desde novembro. Não sabemos o que vai acontecer. Se o governo não consegue cumprir o cronograma proposto, que alongue o prazo da entrega das obras e dê algum tipo de compensação para que as empresas possam buscar fontes de financiamento no mercado.

Agentes do setor informam já ter recebido a sinalização do governo de que, na terceira fase do Minha Casa, as faixas de baixa renda mais dependentes dos aportes da União deverão ser contempladas só em 2016, diante do arrocho fiscal. A expectativa é que neste ano, somente deverão avançar as faixas em que os tomadores têm capacidade de financiar o imóvel (faixas 1 e 2 e uma faixa intermediária, que mescla recursos do orçamento e do FGTS).

A nova fase tem como meta três milhões de moradias. Para destravar o programa nos grandes centros, onde o custo do terreno é mais elevado, o setor quer que o governo eleve o valor do financiamento que hoje chega a R$ 190 mil, no máximo, para R$ 225 mil. O valor está congelado há três anos.

Em nota, o Ministério das Cidades diz que já repassou à Caixa os recursos para quitar o pagamento das medições apresentadas até o fim de março. “O Ministério das Cidades já repassou ao agente operador do fundo – Caixa Econômica Federal – os recursos necessários para a quitação do pagamento referente a medições apresentadas e previsão de pagamento até o fim de março. As seguintes serão remetidas nas próximas semanas”, diz o texto.

(Agência O Globo)

Fonte: Valor Econômico

Otimismo na construção civil

Sondagem do Sinduscon-PR mostra que a maioria das empresas pretende contratar mão de obra e aumentar sua atividades; mercado deve se comportar cautelosamente, especialmente no primeiro semestre

Medidas tomadas pelo governo federal, a exemplo do aperto fiscal, têm colocado em alerta diversos setores da economia. A construção civil, por exemplo, deverá se valer do primeiro semestre para absorver o impacto das decisões, mas segue otimista. É o que mostra um estudo realizado pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon) do Paraná, realizado em dezembro, com 316 empresas filiadas.

De todas as empresas consultadas, apenas 11% disseram que pretendem reduzir seu quadro de funcionários, enquanto 53% manterão e outros 36% esperam fazer novas contratações – a previsão é de que sejam abertos 2,6 mil postos de trabalho, um aumento de 12% na geração de emprego.

Para o presidente do Sinduscon da Região Noroeste do Paraná, José Maria de Paula Soares, o mercado mantém uma postura otimista, mas com os ‘pés no chão’. “Imóveis se constituem como um bem. É algo que responde com certa estabilidade e segurança”, justifica.

Para ele, deverá haver crescimento este ano, mas não no processo evolutivo que o setor apresentou há alguns anos. E a valorização também deverá ser menor, mas acima dos índices inflacionários. “Observamos que algumas empresas vão contratar, enquanto em outras épocas todas contratariam. O fato é que algumas empresas vão colocar o pé no freio, mas no segundo semestre deve melhorar”, diz.

Outro dado do levantamento mostra que 51% das empresas consultadas esperam aumentar a atividade neste ano. Outros 42% acreditam que vão manter o ritmo de 2014, enquanto 7% devem diminuir. Soares explica que o mercado se comportará de forma mais cautelosa, com lançamentos mais bem planejados, embasados em estudos mais aprofundados, eliminando os riscos que oferecem os lançamentos experimentais. Por outro lado, o mercado está mais exigente, proporcionando ao consumidor negociar mais. Segundo ele, há demanda, com ofertas um pouco cadenciadas.

No início do ano, a Caixa Econômica Federal também anunciou o aumento de juros para os novos financiamentos da casa própria – imóveis com valor superior a R$ 750 mil. Soares acredita que essa medida, que já começou a valer, não deve atingir de forma tão significativa o setor, já que as linhas 1, 2, e 3, do programa Minha Casa Minha Vida não foram atingidas. “A demanda por casa social ainda é grande e essa medida mantém para o programa as mesmas alíquotas e indicadores de financiamento”.

Para Claudiomar Sandri, da Empreendimentos Imobiliários e Construtora Sandri, o ano será de vendas crescentes, porém gradativas, e de nivelamento de preços. “Com base neste começo de ano a perspectiva para 2015 é boa. Passou a euforia das eleições e Copa do Mundo, e o início do ano para o mercado imobiliário está sendo agitado. A população está confiante independente das medidas do governo e continua investindo. No ano passado tivemos um momento de estabilização e agora o mercado voltará a crescer com mais solidez e de forma homogênea, sem aqueles picos de valores altíssimos”, diz.

Na opinião do imobiliarista Téo Granado, da Pedro Granado Imóveis, existe ainda espaço para crescer. Ele explica que o movimento no setor de locação, que mostra a situação do mercado da construção civil como um todo, indica que há motivos para otimismo. “Em janeiro já se percebe a escassez de produtos específicos como por exemplo apartamento de dois ou três quartos no Centro da cidade e na Zona 7”. Na Pedro Granado, por exemplo, para atender os clientes foi preciso estender o horário de funcionamento no começo do ano.

Ele avalia que a instabilidade econômica fez com que o consumidor ficasse retraído por um tempo, mas que esse comportamento deverá mudar. “Pode até ser que tal receio freie a compra no primeiro semestre, o que não deverá se repetir no segundo”, diz. Granado ressalta que haveria grandes problemas se não houvesse demanda, o que não é o caso. “Nos últimos anos houve muita construção, mas longe de se alcançar o objetivo, já que o déficit habitacional existe. Tem bastante gente sem residência (própria) ainda”.

Como ficaram as taxas de juros da caixa

Sistema Financeiro de Habitação (SFH): Imóveis novos ou usados. Valor máximo de R$ 650 mil ou R$ 750 mil (regiões metropolitanos de RJ, MG, SP e DF). Permite uso de FGTS, não tem limite de renda familiar. Taxas: de 8,5% e máximo de 9,15% ao ano.

Minha Casa Minha Vida: Imóvel novo ou em construção, com valor de até R$ 90 mil. Para famílias com renda de R$ 465 até R$ 5 mil. Juros variam de 4,5% a 7,4% ao ano. Não sofreu alterações na taxa de juros, segundo a Caixa.

Sistema Financeiro Imobiliário (SFI): Valor máximo de R$ 650 mil ou R$ 750 mil (regiões metropolitanos de RJ, MG, SP e DF). Não existe limite de renda familiar. Juros variam de 9,20% a 11% ao ano.

Carta de crédito FGTS: Para imóveis novos, usados ou em construção. Valor de até R$ 90 mil para famílias com renda de R$ 465 a R$ 5 mil. Juros de 4,5% a 8,16% ao ano. Também não sofreu alterações na taxa de juros.

Fonte: O diário

Materiais de construção sustentáveis

Hoje, cada vez mais buscamos outros meios para construir com menos materiais e com mais eficiência. Muitas pesquisas são feitas nessas áreas para que possamos ter casas mais sustentáveis. 

Mas o que você pode fazer para ter uma casa assim? Pensar nisso desde a concepção do projeto ajuda muito, pois facilitará o uso de materiais alternativos, mais baratos e duráveis.

A construção de 1,7 milhões de casas com estruturas tradicionais de madeira, aço e concreto consome a mesma quantidade de energia que o aquecimento e a refrigeração de 10 milhões de casas por ano, de acordo com a Sociedade de Pesquisa sobre Materiais Industriais Renováveis. Hoje, já é possível encontrar alguns materiais que ajudam a tornar a construção de uma casa bem mais sustentável. O cimento reciclado é um bom exemplo, afinal é um produto que além de ser ecologicamente correto, ajuda a reduzir os custos da obra.

Podem-se utilizar muitos tipos de materiais para produzir um concreto. Sua resistência será proporcional à dureza dos produtos usados. Um exemplo de concreto reciclado é substituir a brita por caco de vidro, bolinhas de cerâmica, pó de pneu ou pó de pedras para fazer o contra-piso. Usando a imaginação, aliada a alguns testes, podemos reutilizar muitas coisas que iriam para o lixo.

A construção sustentável, também chamada de natural, oferece uma maneira de construir uma casa com materiais renováveis, naturais e disponíveis localmente, ao contrário dos produtos industriais ou artificiais. Esses materiais permitem reduzir os custos a médio prazo, e por conseqüência, a poluição é também reduzida.

Na hora de construir, o que mais atrai o consumidor é a facilidade de aplicação, custo e um produto mais ecológico. Além de oferecer economia na conta de luz ou água, conforto e salubridade. Durante a construção, é importante aliar a sustentabilidade ao conforto. Alguns materiais podem tornar o ambiente mais fresco, o que ajuda na economia de energia elétrica, uma vez que você não irá precisar utilizar ventiladores ou ar condicionado.

Um dos casos mais recentes é o uso de embalagens longa vida como matéria-prima para fazer placas e telhas na construção civil. Desenvolvido pela própria Tetra Pak, as pesquisas tiveram como objetivo estimular a reciclagem das embalagens e valorizar a cadeia de reciclagem como forma de gerar emprego e renda.

Com isso, toneladas de material plástico, papel e alumínio deixam de ser jogados em aterros sanitários. Começando pelas cooperativas de catadores, que têm uma fonte de renda, também funcionam como uma forma de diminuir a exclusão social da população, ao mesmo tempo que reduz o impacto ambiental na sociedade.

A embalagem longa vida, composta por papel, plástico e alumínio, é reciclada como um todo. O papel, material predominante em sua composição, é o primeiro componente da embalagem a ser reciclado, transformando-se em papelão. O plástico e o alumínio são prensados e transformados em telhas, que além de ecológicas, têm vantagens sobre as feitas de material comum: são mais baratas, mais leves e permitem melhor conforto térmico aos ambientes.

Claro que a procura por materiais desse tipo vem aumentando nos últimos anos, mas ainda é bem pequena em comparação aos materiais mais comuns da construção civil. Mas são ações como essas que dão um sentido único na busca de um mundo melhor e sem tantos gastos desnecessários.

Fonte: Fórum da Construção