Economia brasileira encolhe 0,6% no 2º trimestre de 2014, diz IBGE
Dado do 1º tri foi revisado para recuo de 0,2%, configurando recessão técnica. Queda nos investimentos teve forte impacto no resultado.

A economia brasileira encolheu 0,6% no segundo trimestre deste ano, na comparação com os três meses anteriores, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em valores correntes (em reais), a soma das riquezas produzidas no período chegou a R$ 1,27 trilhão.

O Produto Interno Bruto (PIB) é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, e serve para pedir a evolução da economia. Ele é calculado tanto pelo lado da produção quanto dos gastos (demanda) – os dois valores devem ser iguais.

Os principais impactos do resultado do PIB entre abril e junho, mês em que começou a Copa no Brasil, vieram do recuo nos investimentos (5,3%) e na indústria (1,5%).

“A principal causa foi a queda dos investimentos. Já tem algum tempo que eles estão caindo, mas a queda foi forte nesse trimestre”, analisa Rebeca de La Rocque Palis, gerente da Coordenação de Contas Nacionais do IBGE.

Na comparação com igual período do ano passado, a queda do PIB foi de 0,9%. No acumulado em quatro trimestres encerrados no 2º trimestre de 2014, a atividade doméstica ainda registra alta, mas de apenas 1,4%.

‘Recessão técnica’

O dado do primeiro trimestre de 2014 – que, ao ser divulgado, em maio deste ano, indicava expansão de 0,2% – foi revisado para queda de 0,2%.

Com a sequência de dois trimestres seguidos de queda, configura-se um quadro que os economistas chamam de recessão técnica. A última vez que o Brasil registrou uma recessão técnica foi no último trimestre de 2008 e primeiro de 2009, durante a crise econômica mundial.

Mas o instituto diz considerar que houve estabilidade na economia no primeiro trimestre. “A gente considera queda e crescimento quando o numero é de 0,5 pra cima e queda de -0,5 para baixo”, explica Rebeca.

Menos investimentos

Os investimentos sofreram forte queda de 5,3% em relação ao trimestre anterior (1º trimestre de 2014), puxando o resultado negativo do PIB.

Na comparação com igual período do ano passado a baixa chega a 11,2%.

“O destaque negativo são realmente os investimentos, que já têm quatro trimestres com taxas negativas e a taxa ainda mais negativa nesse trimestre”, afirma Rebeca.   “O menor resultado antes desse foi no primeiro trimestre de 2009, quando (os investimentos) caíram 11,8%.”

Segundo a analista, a queda forte é influenciada por outros componentes do investimento, como construção civil e produção de máquinas e equipamentos.

Gastos do governo

Os gastos do governo recuaram 0,7% em relação ao trimestre anterior. “O consumo do governo [nesse trimestre] foi o menor desde o terceiro trimestre de 2012, quando teve queda de 0,8%”, completou Rebeca.

Na comparação com igual período de 2013, houve expansão de 0,9%.

Consumo das famílias

O consumo das famílias cresceu a uma taxa de 0,3%, e, em relação ao 2º trimestre do ano anterior, a expansão foi de 1,2%.

“A gente vê menos (crescimento) do que o que tinha ocorrido no primeiro trimestre, mas continuou crescendo”, avalia a gerente. O IBGE só considerou as quatro regiões que foram divulgadas pela Pesquisa Mensal de Emprego (Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Recife), e não considerou Salvador e Porto Alegre na conta.

Exportações

Quanto ao setor externo, as exportações de bens e serviços cresceram 2,8%, enquanto as importações apresentaram queda de 2,1%, em relação ao primeiro trimestre de 2014.

Na comparação anual, as vendas para o exterior tiveram alta de 1,9%, enquanto as importações recuaram 2,4%, de acordo com o IBGE.

Indústria

Dos três setores analisados pelo IBGE para o cálculo do PIB, apenas um mostrou variação positiva, o de agropecuária, que teve ligeira alta, de 0,2% no segundo trimestre ante o trimestre anterior.

“A indústria como um todo teve queda de 1,5%, foi a taxa mais baixa desde o segundo [trimestre] de 2012, que também caiu 1,5%”, afirma a gerente de Contas Nacionais.

O IBGE destacou o desempenho ruim da indústria automotiva, que teve férias coletivas no período e baixa exportação. “Argentina e Venezuela estão passando por problemas, e nós exportamos para lá, não está havendo renovação interna da frota (de veículos)”, analisa Rebeca, “E teve aumento do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados, no início do ano), que recai sobre vários produtos da indústria automotiva”.

Na contramão, as indústrias de alimentos e bebidas, perfumaria e indústria farmacêutica cresceram no segundo trimestre.

Serviços

O setor de serviços teve queda de 0,5%. “Foi a menor taxa desde o quatro trimestre de 2008, que foi 2,8%”, diz Rebeca. “Serviços de informação continuam sendo um dos setores que mais crescem, mas a parte de energia elétrica, água e esgoto não cresceu tanto.”

Em relação ao segundo trimestre do ano passado, o setor de agropecuária não teve variação; serviços sustentaram alta de 0,2%; e a indústria apresentou queda de 3,4%, na mesma base de comparação.

Previsão para o ano

Para 2014, a previsão de economistas do mercado financeiro é de alta 0,7%, segundo o boletim mais recente divulgado pelo Banco Central. A do governo é um pouco mais otimista: crescimento de 1,8%, segundo a divulgação mais recente, feita em julho. Ela foi revista em relação à expectativa de que a alta neste ano seria semelhante à de 2013, que foi de 2,5%.

Fonte: G1

Crédito imobiliário cai, mas previsão de alta é mantida para 2014

Volume de empréstimos com recursos da poupança alcançou R$ 112,7 bilhões nos últimos 12 meses

O volume de empréstimos para aquisição e construção de imóveis alcançou R$ 53,1 bilhões no primeiro semestre deste ano, volume 7% maior que o registrado no mesmo período de 2013, segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). Em junho, no entanto, foram desembolsados R$ 9 bilhões em crédito imobiliário, uma queda de 19% na comparação com o mesmo mês de 2013 e recuo de 7% em relação a maio.

O motivo da queda, segundo o presidente da Abecip, Octavio de Lazari Junior, foi a diminuição do número de dias de trabalho devido ao carnaval tardio e à Copa do Mundo. “No mês de junho o mercado parou”, disse Lazari, destacando a comparação com o mesmo período do ano passado, em que foi registrado o maior volume mensal dos últimos 20 anos, de R$ 11,2 bilhões.

Em 12 meses até junho deste ano, o volume de empréstimos para aquisição e construção de imóveis, com recursos das cadernetas de poupança do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), alcançou R$ 112,7 bilhões, superando em 18% o apurado nos 12 meses precedentes.

Segundo a Abecip, foram financiadas 42,4 mil unidades em junho, recuo de 8% ante maio. No primeiro semestre, foram 256,1 mil imóveis, volume 4,6% superior ao registrado no mesmo período de 2013. A poupança continua com captação líquida positiva em junho, com depósitos superando os saques em R$ 2,54 bilhões.

Lazari afirma que há volume de recursos suficiente para sustentar os financiamentos imobiliários com tranquilidade até o final do ano que vem, com base no desempenho da captação da poupança, cujo saldo está em R$ 490 bilhões. “Dependendo de quanto a poupança crescer, teremos recursos para sustentar ainda todo o primeiro semestre de 2016”, afirma.

Ainda de acordo com o presidente, a projeção de 15% para o crescimento do crédito imobiliário neste ano, alcançando montante de R$ 125,6 bilhões, foi mantida. “Temos bastante crença de que o segundo semestre será melhor. A recuperação deve acontecer já no terceiro trimestre”, acrescenta.

Fonte: Construção Mercado

BC adota medidas para injetar R$ 30 bilhões na economia
Banco Central anunciou ações para melhorar a distribuição de liquidez na economia, com impacto estimado em R$ 30 bilhões

Brasília – O Banco Central (BC) anunciou hoje (25) medidas para melhorar a distribuição de liquidez (recursos disponíveis) na economia.

Foram alteradas normas de recolhimentos compulsórios – dinheiro que os bancos são obrigados a deixar depositados no BC, sobre recursos a prazo e à vista – com impacto estimado em R$ 30 bilhões.

Segundo o BC, para adotar as medidas foi considerada a evolução dos recolhimentos compulsórios nos últimos anos, que passou de R$ 194 bilhões ao final de 2009 para cerca de R$ 405 bilhões atualmente.

O BC também cita a recente moderação na concessão do crédito, a inadimplência em patamares relativamente baixos e o recuo do nível de risco no sistema financeiro nacional.

Uma das medidas permite que até 50% do recolhimento compulsório referente a depósito a prazo sejam cumpridos com operações de crédito.

Assim, pelo prazo de um ano, 50% dos valores recolhidos poderão ser usados pelos bancos na contratação de novas operações de crédito e na compra de carteiras diversificadas (pessoas jurídicas e físicas) de outras instituições.

O BC ampliou o rol de instituições financeiras elegíveis – de 58 para 134 – à condição de cedentes (vendedoras) das operações para fins de dedução do recolhimento.

Instituições financeiras cujo Patrimônio de Referência Nível 1, na posição de dezembro de 2013, seja inferior a R$ 3,5 bilhões serão elegíveis, sem restrições.

A outra medida teve o objetivo de ampliar o número de bancos que poderão usar parte (até 20%) de seus recolhimentos compulsórios sobre depósitos à vista para empréstimos e financiamentos que sejam enquadráveis no Programa de Sustentação do Investimento (PSI).

Para isso, o BC reduziu de R$ 6 bilhões para R$ 3 bilhões o valor do Patrimônio de Referência Nível 1 das instituições.

Fonte: Exame

Construção Civil: obras de médio e alto padrão em alta

A instabilidade no setor da construção civil criada pelo período de mudança de governo, em que projetos como o Minha Casa Minha Vida são afetados, não é unânime. Para quem atua no mercado, está claro que empreendimentos populares podem até sentir uma queda no nível de construções, mas os empreendimentos de médio e alto padrão continuam com bons projetos e com o ritmo intenso na construção de novos empreendimentos. A Metro Modular e a Embraplan Engenharia, empresas que atuam fortemente no setor, falaram um pouco sobre a situação do mercado na visão de cada uma delas.

A Metro Modular, empresa especializada na fabricação de formas com resina de engenheira para paredes de concreto moldadas in-loco, disse que tem visto cada vez mais o aumento na demanda de empresas focadas em empreendimentos de médio e alto padrão por seu sistema construtivo. “Nossas formas já são amplamente utilizadas em obras populares e com muito sucesso e, devido às vantagens que esse sistema oferece, passaram a ser bastante utilizadas em obras de médio e alto padrão pelo fato de garantir agilidade e qualidade final”, comentou Edenilson Rivabene, gerente de planejamento da empresa.

Para a Embraplan Engenharia, empresa com escritórios nas cidades de São Paulo e Piracicaba e que é especializada na construção de empreendimentos residenciais e comerciais de alto e médio padrão, 2014 também não é considerado um ano ruim. Na verdade, representa uma seleção de empresas especializadas e sólidas no mercado. “Esse será um ano de ajustes no mercado, em que as empresas sólidas e especializadas no setor não terão dificuldade de se manter com bons ganhos”, avalia Jorge Luiz Provenzano Filho, coordenador de vendas da empresa.

Para a Metro Modular, além do mercado em expansão, o fato da empresa investir constantemente no aperfeiçoamento do produto é um dos fatores que tem mantido elevada a demanda por seu produto. Recentemente a empresa aperfeiçoou o sistema para garantir ainda mais agilidade e qualidade das obras que utilizam suas formas. “Desde o início, a Metro Modular teve a postura de se preocupar com a qualidade de seus produtos e o aperfeiçoamento desse sistema busca melhorar ainda mais a qualidade das nossas formas”, afirmou o gerente de planejamento da Metro Modular.

Rivabene explica que para construir os painéis para paredes de concreto, a empresa possuía 96 tipos de formas diferentes. “Tínhamos 6 modelos que apresentavam 16 opções de encaixe cada. Por isso, passamos a adotar o encaixe manual para compor o painel, então, todos os lados da forma podem ser encaixados reduzindo de 16 opções de encaixe para uma opção para cada modelo. Mudando esse sistema, facilitamos muito outras obras e as representações e montagem dos protótipos, pois tiramos dependência de equipamentos como a prensa e até mesmo o conhecimento que os montadores precisaram ter para montar 96 tipo, viabilizando a utilização de pessoas que não são especializadas, e isso abre um leque de mercado bem diferente ”, comenta.

O gerente de planejamento da Metro Modular explica que por meio de uma resina de alto desempenho e flexibilidade, a forma da Metro Modular tem peso reduzido e alto índice de reutilização, é ideal para estruturas de concreto como pilares, vigas, paredes e lajes, que exigem precisão, leveza, resistência e produtividade no andamento da obra. Com elevada resistência mecânica e à impactos, intempéries e manuseio em canteiros de obra, elas são consideradas uma alternativa ao uso da madeira e ao alumínio no processo da construção civil. “Como as formas são produzidas com resinas, elas podem ser utilizadas inúmeras vezes em outras construções, se adequando a diferentes projetos, tendo suas dimensões alteradas e moduladas para qualquer medida. Vale lembrar que a resina utilizada em nossas formas foram desenvolvidas especialmente para serem utilizadas no concreto”, diz.

Provenzano Filho, da Embraplan Engenharia, disse que o ano de 2013 foi extremamente positivo, especialmente com o lançamento do Mirage Residence, um edifício de médio padrão na cidade de Piracicaba. “O empreendimento foi lançado em novembro de 2013 e já estava com 90% das unidades vendidas antes mesmo do fim ano”, afirma Provenzano Filho.

Isso é explicado pela boa situação que o setor da construção civil vive em Piracicaba, gerado pelo crescimento econômico da cidade e pela geração de novos empregos na região. “O potencial de valorização dos imóveis em Piracicaba é muito grande, tendo em vista que em cidades com o mesmo porte, o valor do metro quadrado é mais caro. Acredito que esses fatores são os principais pontos positivos para o mercado. Sem dúvidas, investir em imóveis em Piracicaba é uma excelente decisão”, comenta o diretor de vendas da Embraplan, que está lançado outro empreendimento residencial na cidade neste ano.

O momento para a Metro Modular, que loca e vende suas formas, é tão positivo que devido à boa procura grande parte das formas disponíveis para locação estão distribuídas em canteiros de obras espalhados pelo país. “Por isso, a opção de venda tem sido atrativa, especialmente com a opção de adquiri-las através do financiamento pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que facilita ainda mais compra, já que a entidade oferece juros muitos baixos”, comenta Rivabene.

Fonte: R7