Economia dos EUA decepciona: entenda como isso afeta o Brasil
Publicado em 14 de maio de 2015 por grau
Real e outras moedas de economias emergentes voltaram a se valorizar em abril
A economia americana cresceu apenas 0,2% no primeiro trimestre deste ano, quando a expectativa era de que tivesse uma expansão de 1%. No último trimestre de 2014, o crescimento havia sido de 2,2%, na taxa anualizada. Entre as justificativas para a freada estão o frio extremo deste início do ano, que teria pressionado o consumo das famílias, a redução dos investimentos na exploração e prospecção de petróleo e a queda de mais de 7% das exportações do país, prejudicadas pela alta do dólar.
Mas em que essa decepção com o crescimento do PIB dos Estados Unidos afeta o Brasil?
Analistas consultados pela BBC ressaltam dois efeitos para o país – um no câmbio e o outro nas exportações.
Para começar, a notícia favorece a recuperação do real frente ao dólar, como ressaltam os economistas Thiago Biscuola, da RC Consultores, e André Perfeito, da Gradual Investimentos. Isso porque a expectativa de muitas consultorias econômicas era que o FED, o Banco Central dos EUA, começaria a aumentar os juros básicos da economia americana a partir de setembro. Com a decepção com os dados do primeiro trimestre, porém, é provável que isso seja postergado.
“A estimativa de nossa consultoria em particular já era que a alta (de juros nos EUA) só ocorreria em 2016 e as estatísticas mostrando essa recuperação mais lenta tornam isso ainda mais provável”, diz Biscuola.
Quando os juros sobem nos EUA, parte dos recursos aplicados em economias emergentes tende a “voltar para casa” – o que derrubar o valor da moedas desses países frente ao dólar. Nessa linha, a perspectiva de que o juros não vão subir tão cedo provoca o efeito inverso.
Volatilidade
Biscuola diz que parte da valorização que a moeda brasileira teve em abril – de 8,22% frente ao dólar – se deve às dúvidas sobre o ritmo e a data em que terá início um aperto monetário nos EUA.
O real chegou a seu valor mais baixo em relação à moeda americana no final de março, quando a cotação bateu os R$3,2. Desde então, recuperou-se parcialmente, com a moeda americana fechando em R$ 2,95 nesta quarta-feira.
“Fatores internos também contribuíram para essa valorização recente”, diz o analista da RC Consultores.
“Houve uma ligeira melhora nas expectativas em relação à economia brasileira depois que a Petrobras anunciou seu balanço de 2014 e que tivemos um alívio das pressões do Congresso contra as medidas de ajuste fiscal. Como disse recentemente o ministro da Fazenda Joaquim Levy, as expectativas sobre a economia do país ficaram menos voláteis.”
Perfeito, da Gradual, é mais cético sobre a contribuição desse processo de melhoria do cenário doméstico para a recente valorização do real. Ele lembra que o peso colombiano, por exemplo, também ganhou 8,24% frente ao dólar em abril, e o rublo russo, 12%.
“Acho que no curto prazo, de fato, o real tende a se valorizar frente ao dólar, mas no longo prazo pode voltar a cair – há muitos fatores domésticos e internacionais que podem influenciar essa trajetória. O cenário ainda é de grande volatilidade.”
No que diz respeito às exportações, Perfeito ressalta que a decepção com o desempenho da economia americana frustra as expectativas do governo brasileiro de uma grande expansão nas vendas para o país.
“Até 2008 tínhamos um superávit no comércio com os americanos. Hoje temos um déficit considerável, de cerca de US$ 8 bilhões, e a expectativa era que ele fosse atenuado com ajuda da desvalorização do real frente ao dólar”, explica.
Biscuola lembra que não são só as exportações para o mercado americano que saem prejudicadas com uma recuperação do real. “Com a moeda brasileira em um patamar mais alto, os exportadores como um todo tendem a perder competitividade”, diz ele.
Fonte: BBC
Feliz Dia das Mães
Publicado em 10 de maio de 2015 por grau
Taxa de emprego na construção civil cai 0,68% em março, informa SindusCon-SP
Publicado em 7 de maio de 2015 por grau
O nível de emprego na construção civil brasileira registrou queda de 0,68% em março, na comparação com o mês anterior, informa pesquisa do Sindicato da Indústria da Construção Civil de São Paulo (SindusCon-SP), em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV). No final de março, o número de trabalhadores do setor superava 3,2 milhões.
O saldo entre demissões e contratações representou déficit de 22,3 mil postos de trabalho com carteira assinada. Em relação a março de 2014, foram fechadas 296,9 mil vagas, o que representa redução de 8,36%. No primeiro trimestre do ano, o indicador acumula 64,2 mil vagas a menos no setor. Na comparação com o acumulado nos três primeiros meses do ano anterior, a queda foi 7,45%.
Na análise por região, o indicador revela que o Nordeste teve a maior redução dos postos de trabalho, com queda de 1,19%, que corresponde ao fechamento de 8.359 vagas. Em seguida, está o Centro-Oeste, com recuo de 1,08%, um saldo negativo de 2.664 postos. E a região Norte, com queda de 1,04%, menos 2.105 vagas.
Em números absolutos, o Sudeste (-0,52%) foi o que teve mais postos de trabalho fechados: redução de 8.603 vagas. A Região Sul registrou a menor retração, tanto em termos percentuais (-0,14%), quanto em números absolutos, com 661 vagas a menos.
Na avaliação do presidente do SindusCon-SP, José Romeu Ferraz Neto, a rápida deterioração do nível de emprego sugere que chegou o momento de o governo federal tomar medidas visando a abertura de novas concessões na área de infraestrutura. Citou, como exemplo, a necessidade de o governo lançar a terceira etapa do Programa Minha Casa, Minha Vida.
Ele disse, por meio de nota, que, diante do esgotamento dos financiamentos do setor imobiliário com recursos da poupança, será preciso reforçar a concessão de crédito por meio de novos instrumentos financeiros.
Fonte: EBC
Construtoras mantêm foco na venda de estoques em 2015
Publicado em 30 de abril de 2015 por grau
A deterioração do cenário macroeconômico deixa mais incerto o ambiente para lançamentos de empreendimentos imobiliários em 2015, ano em que as construtoras e incorporadas manterão o foco na venda de estoques, que ficaram praticamente estáveis em 2014.
O estoque de imóveis residenciais das cinco empresas listadas no Ibovespa – Cyrela, Gafisa, PDG, Even e MRV – totalizou 21,6 bilhões de reais no ano passado, ante 21,8 bilhões em 2013. “O sucesso na venda de estoque deve trazer um novo ano de geração de caixa, que trará a liquidez necessária para enfrentarmos momentos de turbulência e eventualmente distribuir os recursos para os acionistas”, disse a Cyrela na semana passada.
O nível ainda elevado de estoques coloca pressão adicional às margens das companhias e preços dos imóveis, cujo avanço já está abaixo da inflação na maioria das cidades. O preço médio do metro quadrado dos imóveis anunciados em 20 cidades brasileiras subiu 0,17 por cento em fevereiro em relação a janeiro, resultado abaixo da inflação pelo segundo mês consecutivo, de acordo com o índice FipeZap Ampliado divulgado no início deste mês.
Diante de uma provável manutenção do atual cenário econômico, a Gafisa afirmou que manterá uma postura mais conservadora, com o objetivo de equilibrar a colocação de novos produtos no mercado, priorizando os de maior liquidez e garantir um “bom nível de rentabilidade”.
Já a Even informou que os lançamentos de 2015 estarão concentrados no segundo semestre, permitindo que sua equipe comercial esteja focada na venda do estoque na primeira metade do ano, além de ter mais visibilidade para avaliar a estratégia de lançamentos do ano.
“Nós permanecemos com uma visão negativa já que não há nenhum estímulo positivo esperado para o setor e com o crédito imobiliário ficando mais caro e mais restrito”, disse o analista do Bradesco BBI, Luiz Mauricio Garcia, em relatório divulgado ao mercado no sábado sobre os desafios macroeconômicos deste ano.
Segundo ele, o anúncio dos detalhes do programa habitacional Minha Casa Minha Vida 3 não deve ser suficiente para evitar uma desaceleração em 2015.
“O ano de 2015 será de austeridade. A empresa orçou e vai cumprir um nível de despesas em 2015 menor do que 2014”, disse à Reuters Rafael Menin, copresidente da MRV, cuja maioria dos empreendimentos é elegível ao programa habitacional federal.
Da Redação, original InfoMoney.
Fonte: Obra 24 horas