Construção civil reduz atividade e número de empregados em agosto

Indicadores confirmam retração do setor, informa pesquisa feita pela CNI. Expectativas para os próximos seis meses também são negativas.

Pesquisa “Sondagem Indústria da Construção” divulgada nesta quarta-feira (24) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que os níveis de atividade e de emprego na indústria da construção caíram em agosto, ficando em 43 e 43,5 pontos, respectivamente.

Os dois indicadores, que se afastaram ainda mais da linha divisória dos 50 pontos, confirmam a “retração do setor”, informa o estudo.

“Há um efeito cadeia no setor. As empresas estão contratando menos o setor de construção civil e a demanda do segmento acaba sendo menor”, explica Marcelo Azevedo, economista da CNI.

Com esse quadro, o nível de utilização da capacidade de operação caiu dois pontos percentuais em relação a agosto de 2013 e ficou em 67% no mês passado, informa a confederação. Ou seja, foram utilizados menos mão de obra e equipamentos.

Segundo a CNI, as perspectivas do setor para os próximos seis meses também são negativas. “Esse quadro ruim pode demorar um pouco para mudar. Temos uma perspectiva negativa a partir de um quadro já negativo”, acrescenta o economista.

O indicador de expectativa de novos empreendimentos e serviços ficou em 48,5 pontos, o de nível de atividade caiu para 48,4 pontos e o de número de empregados recuou para 47,7 pontos. Os indicadores de expectativa variam de zero a cem. Abaixo de 50 revelam previsões negativas.

Fonte: G1

Habitação foi o principal fator de inflação em setembro

O grupo Habitação, que avançou de 0,46% na segunda quadrissemana de setembro para 0,51% na terceira leitura deste mês, foi o que mais contribuiu para a aceleração do Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S), divulgado na terça-feira, 23, pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O indicador geral subiu 0,04 ponto porcentual, de 0,39% para 0,43% entre os dois períodos.

Dentre as quatro classes de despesas que registraram acréscimo em suas taxas de variação, a FGV destacou o comportamento dos itens tarifa de eletricidade residencial (de 0,99% para 1,66%), no grupo Habitação; tarifa de telefone residencial (de -2,24% para -1,62%), em Comunicação; carnes bovinas (de 1,91% para 2,96%), em Alimentação; e gasolina (de 0,46% para 0,66%), no grupo Transportes.

De forma isolada, os itens com as maiores influências de alta foram tarifa de eletricidade residencial (de 0,99% para 1,66%), pacotes de telefonia fixa e internet (de 3,06% para 3,69%), refeições em bares e restaurantes (apesar de reduzir o ritmo de inflação, de 0,50% para 0,44%), aluguel residencial (mesmo com leve recuo, de 0,64% para 0,63%) e plano e seguro de saúde (também com ligeira diminuição do ritmo de alta, de 0,73% para 0,72%).

Já os cinco itens com as maiores influências de baixa foram tomate (de -14,62% para -17,85%), tarifa de telefone residencial (apesar do abrandamento da deflação, -2,24% para -1,62%), batata inglesa (de -12,10% para -13,42%), tarifa de ônibus urbano (que manteve o ritmo de queda em -0,31%) e taxa de água e esgoto residencial (de -0,32% para -0,52%).

Fonte: Obras24horas

 

Custo da construção desacelera em setembro, diz FGV
Índice registrou variação de 0,16% no período contra 0,19% de agosto

 Índice Nacional de Custo da Construção – Mercado (INCC-M) registrou em setembro variação de 0,16%, abaixo do resultado do mês anterior, de 0,19%. No ano, a taxa acumula alta de 5,93% e, nos últimos 12 meses, de 6,79%. Os dados foram divulgados na última quinta-feira (25) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

O índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços variou 0,34%, contra 0,15% em agosto. Na parcela de Materiais e Equipamentos o crescimento foi de 0,37% contra 0,16% do mês anterior, enquanto a fatia relativa a Serviços passou de 0,12% em agosto para 0,22%, em setembro.

Já a parcela relativa à Mão de Obra não apresentou variação e manteve os 0,23% registrados em agosto.

Os resultados do INCC-M por cidade são: Belo Horizonte (de 0,10% para 0,19%), Rio de Janeiro (de 0,08% para 0,06%), Porto Alegre (de 0,95% para 0,04%), Brasília (de 0,37% para 0,03%), São Paulo (de 0,01% para 0,25), Salvador (0,17% para 0,18%) e Recife (de 0,15% para 0,02%).

Fonte: Mercado Construção

Inovações na construção civil garantem sustentabilidade

O crescimento acelerado da população e a migração cada vez maior para os centros urbanos geram, entre outras consequências, maior demanda de energia, transporte, alimentação e infraestrutura. Calcula-se que, até 2050, a população mundial deva chegar a nove bilhões de pessoas e dois terços estarão vivendo nas grandes cidades. Esse movimento deve causar um forte impacto na maneira como a indústria da construção civil se posiciona.

Uma das principais questões a serem repensadas no setor é que, diferente de outras indústrias, a construção não incorporou inovações ao seu processo e continua utilizando as mesmas técnicas há décadas. O método construtivo atual consome mais de 40% da energia produzida globalmente e contribui em 30% com a emissão de gases de efeito estufa, tornando-se o setor que mais consome recursos naturais e utiliza energia de forma intensiva.

Por isso é preciso pensar e agir diferente no mercado da construção. É necessário aproveitar as tecnologias e materiais que reduzam o consumo de energia, de recursos naturais e que diminuam o impacto no meio ambiente. É indispensável avaliar o ciclo de vida dos materiais e seus reais efeitos na cadeia.

Sabe-se, por exemplo, que o concreto é o segundo material mais utilizado em uma obra tradicional, depois da água. O cimento é responsável por 5% da emissão global de CO2 durante sua fabricação. Para compensar esse impacto, já existem aditivos químicos que garantem um concreto mais adequado a diferentes aplicações e que diminuem em 40% o uso de água em sua preparação.

Além disso, ainda é baixa a dedicação às fases de projeto e planejamento. O uso de equipamentos mais eficientes, processos construtivos e tecnologias que promovam a redução de consumo de energia durante a utilização do edifício não são foco.

Não se estabeleceu como rotina fazer o projeto pensando em eficiência energética. Em muitos casos não há aproveitamento da iluminação natural ou dos ventos para conforto térmico, nem há utilização de novas tecnologias para proteger o ambiente do calor. Ao contrário, os projetos contam sempre com ar condicionado nos ambientes.

O pigmento frio é um exemplo de inovação para proteção térmica que é promissor, porque reduz a necessidade do uso do ar condicionado e pode ser aplicado, inclusive, em reformas e em projetos já iniciados. Adicionado à tinta, ele reflete a radiação solar, mantendo a superfície fria mesmo nas cores escuras. Esse tipo de pigmento foi aplicado e está sendo testado na CasaE, Casa de Eficiência da BASF, em São Paulo.

Talvez seja cultural, mas há certa insegurança nos brasileiros em relação às novas tecnologias. Temos, além disso, um gargalo de qualificação de mão de obra que dificulta ainda mais a entrada de inovações no setor.

Com a nova Norma de Desempenho NBR 15.575, que estabelece padrões mínimos de isolamento acústico, conforto térmico, durabilidade dos materiais e segurança, o mercado da construção civil no Brasil vai passar por fortes transformações. E essa mudança passa pelas inovações químicas, tecnológicas, novos sistemas construtivos e de eficiência energética. Para isso, é preciso quebrar alguns paradigmas, investir mais no planejamento e ter uma visão de longo prazo. Como será esse mercado no futuro? Como prever essas mudanças? O tempo para descobrir essas respostas está cada vez mais curto.

*Alberto Gomes Ruiz é engenheiro civil, formado pela Universidade estadual de Maringá, com MBA pela USP e atua na divisão de Químicos para Construção da Basf.

 

Fonte: Jornal do Brasil