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Para ministro, Copa do Mundo fortaleceu a marca Brasil

O ministro do Turismo, Vinicius Lages, afirmou nesta quinta-feira, 03, que ainda não há números finais do impacto econômico da Copa do Mundo e que o desempenho negativo de alguns setores que foram afetados por feriados e baixa movimentação, como a indústria e o varejo, pode ser compensado pelos números do turismo e do legado que o Mundial deve deixar ao País.

“Ainda vamos fazer um estudo de quanto vale a construção positiva da imagem do Brasil, é algo muito valioso, não tem preço, e a imagem do Brasil certamente foi fortalecida e pode, no balanço geral, contrapor esse impacto negativo que alguns setores podem ter tido”, afirmou.

O ministro afirmou que antes do início do Mundial houve uma espécie de “bullying” sobre a capacidade do País em sediar o evento e que isso pode ter atrapalhado a programação do setor privado e dos turistas. “Não tenho a menor dúvida, aquilo que se projetou antes, falando de obras inacabadas, por exemplo, prejudicou o planejamento. Mas, apesar de todo esse bullying que ocorreu, estamos ganhando”, disse.

Lages disse ainda que é difícil mensurar o resultado econômico futuro, pois a audiência acumulada da Copa do Mundo, ou seja, o grupo de pessoas sistematicamente exposto ao evento, chega a 30 bilhões. “Isso fortalece o Brasil e não tem preço”, repetiu.

O ministro destacou que, em São Paulo e em Porto Alegre, por exemplo, o impacto no turismo deve ultrapassar a marca de R$ 1 bilhão durante o período de jogos. “No turismo os impactos estão correspondendo às expectativas”, afirmou.

Lages disse ainda que pretende “estender a década” em sua pasta para incluir a experiência da Copa no balanço dos dez primeiros anos do ministério. “O ministério foi criado em 2003 e quero estender essa década para incluir esse importante ponto”, afirmou, ressaltando que acredita que o Mundial será um “divisor de águas” para o turismo nacional. “Com certeza será um divisor do ponto de vista da nossa capacidade de poder aproveitar as sinergias que o turismo oferece.”

O ministro informou também que o governo federal já trabalha para criar mecanismos de capacitação e qualificação na área. Segundo ele, no segundo semestre haverá uma espécie de “Pronatec turismo” com cursos técnicos para o setor. “Estamos concluindo também um plano nacional de qualificação. Vamos ser um grande indutor dessa oferta (mão de obra qualificada).”

Fonte: Diário Web

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Brasileiros estão gastando mais com a Copa

Nas 12 cidades que estão sediando jogos da Copa do Mundo, os eventos estão impulsionando o consumo, avaliam o SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e a CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas).

Pesquisa realizada pelas duas entidades apurou que nas cidades-sede, 72% dos entrevistados têm a intenção de assumir gastos extras durante o mundial, principalmente com alimentação e bebidas. Isso representa um contingente de mais de 14 milhões de consumidores dispostos a gastar mais durante este período de partidas entre as principais seleções do mundo, e isso considerando somente as localidades que estão recebendo os jogos.

Na lista dos itens mais citados quanto à intenção de compras, o primeiro lugar é ocupado pelos refrigerantes (84%). Na segunda posição ficaram os salgadinhos e tira-gostos (50%) e, em seguida, churrasco (40%) e cervejas (39%).

Os brasileiros também pretendem ter gastos extras com roupas e acessórios temáticos, como uniformes da seleção, camisas com as cores do Brasil, bonés, bandeiras, cornetas, lembrados por 45% da amostra. Em seguida, estão os gastos com decoração (40%), apostas em bolões (29%), despesas com assinatura de TV a cabo (20%) e aquisição de novos aparelhos de TV (19%).

SPC e CNDL apuraram, também, que parcela de 58% dos entrevistados não se planejou para os pequenos gastos do período. Outros 27% afirmaram ter feito uma reserva para cobrir os gastos e fatia de 9% admitiu que acabará gastando mais do que efetivamente pode.

A economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, afirma que “muitas vezes, no calor das comemorações, o consumidor não se preocupa com os pequenos gastos, que, acumulados, podem comprometer o orçamento”.

A pesquisa buscou mapear as expectativas e primeiras impressões e identificar alterações nos padrões de consumo em função do mundial. Para isso, o SPC Brasil e a CNDL ouviram 2.558 pessoas de ambos os sexos, de todas as classes sociais e acima de 18 anos entre os dias 13 e 18 de junho (primeira semana do mundial) nas 12 cidades-sede. A margem de erro é de no máximo dois pontos porcentuais para um intervalo de confiança a 95%.

Alta de preços

A pesquisa apurou, ainda, que os consumidores perceberam aumento nos preços praticados pelos comerciantes e prestadores de serviços neste período de Copa. Parcela de 93% das pessoas ouvidas disse ter notado altas nos valores cobrados por hotéis e pousadas. Para 80% do entrevistados, os preços subiram nos bares. Outros 78% disseram ter verificado alta de preços nos restaurantes. Os supermercados foram lembrados por 57% dos entrevistados.

Na avaliação do presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior, o levantamento constata que o aumento de gastos do brasileiro no período da Copa é restrito a setores específicos da economia, como supermercados (alimentação e bebidas), serviços de bares e restaurantes e produtos temáticos.

— O mundial impulsiona a economia, mas de modo muito concentrado. Enquanto alguns setores do comércio e serviços devem lucrar com o aumento da procura, outros, como os bens de maior valor agregado, devem registrar prejuízos. A Copa do Mundo não aquece a economia como um todo.

Aprovação

Segundo a pesquisa, 41% dos brasileiros são favoráveis à realização da Copa do Mundo no Brasil, sobretudo os moradores de Manaus (56%) e Natal (55%). Outros 19% são indiferentes e 38%, contrários. Os que menos apoiam a realização da Copa são os moradores de Porto Alegre (46%), Belo Horizonte (44%), Curitiba (44%) e São Paulo (43%).

Mais ou menos envolvidos, o fato é que 53% dos entrevistados disseram estar bastante envolvidos com a competição, considerando sua vivência e a participação no evento. Moradores do Recife (61%) e Manaus (59%) são os mais participativos. Os cidadãos de Belo Horizonte (44%) e de Porto Alegre (46%) são os menos motivados com a Copa.

Quando estimulados a avaliar a Copa do Mundo de zero a dez, metade da amostra atribuiu nota igual ou superior a sete para o mundial, com destaque para os residentes de Manaus (70%) e Natal (71%). Os menos entusiasmados são os moradores de Belo Horizonte e Curitiba, com 29% e 26%, respectivamente, atribuindo nota que varia entre um e quatro para a competição.

Para 41% dos entrevistados, a realização da Copa superou as expectativas, principalmente para os residentes de Manaus (54%) e Natal (53%). Por outro lado, 21% dos paulistanos e 14% dos cariocas pensam que o mundial está abaixo do esperado.

De acordo com o estudo, 83% dos entrevistados disseram que assistiram ou assistiriam a pelo menos uma partida do mundial, sendo que 59% pretendiam ver não apenas os jogos do Brasil, como também os de outras seleções.

Para a maioria dos brasileiros, acompanhar os jogos da Copa do Mundo significa estar na companhia de amigos e familiares, tanto que parcela de 58% do público consultado revelou a intenção de assistir a alguma partida em casa, com outras pessoas.

Fatia de 23% dos entrevistados prefere acompanhar as partidas em bares, restaurantes ou ambientes similares e 9%, nos próprios estádios.

Fonte: R7